Não cantam mais os pássaros
Apenas voam tristes, num céu feio
De nuvens frágeis e sol ardente.

Também! O verde sumiu,
Um fogo arrasante o levou,
Um fogo atiçado por um degenerado
Que falava em progresso.

É isso o Progresso?!...
Ver os pássaros tristes, O chão torrado,
O tronco das árvores em brasa,
O céu fumacento de nuvens asfixiadas.

E se acaso chover,
Os rios sem peixes, viram valentes
Derrubando barreiras, erodindo o chão,
Destruindo tudo, ou o nada... O que restou.

Não cantam mais os pássaros,
Apenas voam tristes e raivosos,
Famintos sem ter onde pousar.

É isso o progresso?!...
A natureza doida, irrecuperada.
É isso?!...

Coitado dos pássaros. Não cantam mais.
Digo os pássaros pela inocência e fragilidade deles,
Porém, também sofro, me revolto,
Pois sei que seres semelhantes a mim
Provocam tal desgraça...


                                            ** Inspirações de momento